terça-feira, 26 de novembro de 2013

Esperança

Este ano o Natal deixa um sabor amargo na boca... A casa é mesma, o entusiasmo da M é o mesmo senão maior do que no ano passado, até porque este ano o pai está cá...
E é precisamente aí que está a maior diferença... Para o bem das miúdas, principalmente da M porque a Ma ainda não percebe, o Natal vai ser passado em conjunto, "como se ainda estivessemos juntos" (palavras dele)...
A minha mãe não gosta da ideia, a mãe dele também não mas a realidade é que ele passa mais tempo fora do país do que cá e elas são demasiado pequenas para serem privadas da companhia do pai...
A minha melhor amiga, fonte inesgotável de cepticismo perguntou simplesmente: "quando ele saiu de casa disse-te Adeus ou Até breve?" e a realidade é que ele não disse nada puxou-me para ele e deu-me um beijo no alto da cabeça...
Nos assuntos do coração é complicado ouvir opiniões assim como é complicado dá-las (lá diz o ditado, entre marido e mulher não se põe a colher...) mas estas são as únicas opiniões que oiço, as das outras pessoas passam-me ao lado, nem sequer deixo que toquem no assunto. O que a minha amiga queria dizer é que ele não vai aguentar estar sem mim e sem as miudas durante muito tempo, ela até apostou comigo que quando ele vier me vai pedir para o ir buscar ao aeroporto (a realidade é que eu já me ofereci para ir com a desculpa de serem as meninas a irem buscar o pai). Ao se aperceber que a aposta estava comprometida, perguntou-me para onde o vou levar quando viermos do aeroporto, e eu respondi que o vou deixar na casa da mãe dele com o carro dele e depois peço boleia ao meu pai para ir para casa. (Eu fiquei a "tomar conta" do carro dele porque a mãe não tem carta e o "carro não pode ficar parado tanto tempo"). A resposta dela é que me surpreendeu, ela fez uma nova aposta comigo, ela diz que ele vai dizer para eu ir directamente para casa e que depois ele vai para casa da mãe dele. Eu respondi que realmente faz sentido, eu escusava de andar de um lado para o outro com as miúdas. Mas ela acha que ele vai querer subir para passar algum tempo com elas e vai acabar por ficar cá...
Não sei o que pensar, sinceramente gostava que fosse verdade, gostava que ela ganhasse a aposta, mas por outro lado ele escolheu fugir dos nossos problemas e saiu de casa, ele não falou no assunto e eu não acredito que tenha havido uma traição por isso não há outro envolvimento emocional que o impeça de me voltar a ver como me via antes... Precisamos de nos sentar e conversar? Claro que sim! Já precisávamos antes, mas as coisas foram-se arrastando e quando nos sentámos para falar já foi tarde.
Quando ligo o computador para ele falar com as filhas ele continua a perguntar como correu o meu dia, mas interpreto isso como delicadeza e não genuíno interesse...
Estou a tentar manter-me céptica, distante, não quero encher-me de esperança para depois ser arrasada quando ele disser que não há volta a dar... Mas dito isto, a esperança é a última a morrer...

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