segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mafalda

A minha filha mais nova fez um ano no principio deste mês.
Não anda, não fala...
Nada de extraordinário, a mais velha com um ano também não andava (só começou a andar com 14 meses), e o que mais há por aí são crianças com um ano que não falam...
Então porquê a preocupação?
A Mafalda sentou-se pela primeira vez com 9 meses... começou a gatinhar com 11 meses... Partiu uma clavícula com 7 meses...
A Mafalda é pequena. Tem peso e altura de um bebé de 9 meses... Mais uma vez nada de extraordinário... Pois, mas a Mafalda come quantidades de comida de acordo com a idade... ou até mais... então porque não cresce?
Desde que partiu a clavícula que tem havido um sem fim de preocupações e dores de cabeça do foro médico a ajudar às preocupações normais de ser mãe. A primeira foi a suspeita por parte do ortopedista de trauma que a assistiu nas urgências de que ela teria osteogenese imperfeita... Não se confirmou mas também não ficou descartada a 100%... Depois foi uma súbita paragem no crescimento (3 meses sem crescer nem aumentar de peso) que levantou a suspeita de um problema cardíaco (ela nasceu com um sopro, nada de grave, daqueles que saram por si).
Isto tudo em pleno Inverno que foi fértil em constipações e infecções respiratórias com direito a aerossóis e corticoides...

Há umas semanas a Mafalda começou finalmente a pôr-se de pé agarrada aos móveis e eu começo a respirar melhor mas o sono teima em fugir de mim durante a noite... Teima em deixar-me acordada para remoer em tudo o que corre menos bem...
Agora, a propósito do lançamento de um livro que expia o sentimento de culpa das mães não consigo afastar da minha cabeça que quando descobri que a Mafalda vinha aí eu não queria mais um bebé, nunca lhe desejei mal e sempre me preocupei mas até lhe ouvir o coração pela primeira vez eu não me sentia grávida, eu sentia-me doente porque eu não queria este bebé...
Eu amo as minhas filhas de forma igual, amo a Mafalda e se não a tivesse tido estaria a sentir-me incompleta (afinal eu sempre quis 2 filhos) e talvez por isso mesmo não consigo deixar de pensar que tudo isto que estou a passar com ela é culpa minha por não a ter querido desde o início, por não a ter desejado, por ter ficado infeliz no dia em que descobri que ela vinha aí...