terça-feira, 18 de setembro de 2012

12 semanas, faltam 28...

E pronto, passaram 12 semanas, 6 desde que descobri que estou grávida outra vez... 3 meses de gravidez é altura para a ecografia de rastreio pré-natal.
Antes de entrar para o gabinete não estava particularmente nervosa mas quando me deitei na marquesa... Juro que senti o chão a desaparecer debaixo de mim, medo, muito medo de que alguma coisa não estivesse bem. Automaticamente os meus olhos procuraram naquele ecrã o pulsar do coração. os dois pés, as duas mãos, uma cabeça  com cérebro lá dentro... Conforme fui encontrando as coisas que buscava fui acalmando mas ainda faltavam coisas que eu (leiga, só com a experiência da primeira gravidez) não conseguia identificar sem o auxílio do técnico. Coisas que são importantes que estejam presentes e bem formadas nesta altura da gravidez. Quando ele apontou os ossos próprios do nariz, a minha pulsação acalmou mais um bocadinho e agora faltava a medição da translucência da nuca... E a criança, que por esta altura tem cerca de 6 cm e montes de espaço para se mexer, não parava quieta e quando parava, a posição não era a melhor... Demorou, uma medição, o coração voltou a acelerar, duas medições, vá lá criatura põe-te a jeito e deixa o sr simpático medir-te a nuca, três medições... Nervos em franja outra vez...
"Quer ouvir o coração?" "Sim!" (Ó homem, mas isso pergunta-se??)
Ouvi o coração... Batia forte e rápido e automaticamente fui inundada por um sentimento indescritível, uma sensação maravilhosa, ali estava o coração do meu bebé a bater e não há palavras grandes o suficiente para descrever o que se sente quando se houve aquele ritmo acelerado típico de um bebé pequeno...
"Pode levantar-se. Vou só escrver o relatório. Pode aguardar lá fora."
E os nervos voltaram, ainda não sabia se as medições da translucência da nuca eram normais...
Aguardar na sala de espera, voltam a chamar-me... Não quero saber de mais nada, durante aquela fracção de segundo que leva até chegar ao sítio certo na página do relatório tudo à minha volta deixou de existir, a sala de espera, as grávidas e os seus acompanhantes, as senhoras da recepção... "TN normal", suspiro de alívio e tudo regressou, a sala de espera, as grávidas e os seus acompanhantes e as senhoras da recepção, a translucência da nuca está normal... Não quer dizer que não haja problemas ou malformações genéticas, a probabilidade desceu e muito delas estarem presentes...
E agora? Como me sinto em relação a este bebé? Ainda tenho as minhas dúvidas, ainda tenho medo do que vem aí, mas o meu bebé já está a ocupar mais do que a minha barriga, também já mora no meu coração...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Do fundo do baú...

Quando tinha 13 anos conheci um rapaz. Conheci-o através de uma prima. 3 anos mais velho que eu e com aquele encanto de rapaz rebelde. Contava-se à boca pequena que ele era assim porque os pais se estavam a divorciar e não estava a correr bem (vim a descobrir muitos anos mais tarde que, apesar da questão do divórcio ser verdadeira, tudo o resto era uma fachada, na realidade os pais já estavam separados há alguns anos e ele já estava mais do que habituado à ideia). Era um "rebel without a cause" e apaixonou-se perdidamente por aquela adolescente irritante que eu era aos 13 anos. Namorámos, não correu bem (eu na realidade estava apaixonada por outro rebelde, irritante como eu). Em suma parti-lhe o coração... Pouco tempo depois, ele desistiu da escola e foi para a Força Aérea (não, não foi por desgosto, as coisas já estavam encaminhadas, ele só estava à espera de fazer 17 anos e meio para poder entrar...) e deixei de o ver e de saber dele.
Fast-forward 7 anos... Uma manhã fria de Inverno, ia eu a caminho da faculdade e algo me impeliu a olhar para o lado... Nem acreditei bem no que estava a ver... Era ele, o D. dentro de um Opel muito velhinho (nem sei que modelo era), assumi que ele iria para a Base Aérea onde estava colocado, vim a saber depois que na realidade tinha saído da Força Aérea pouco tempo antes.
Passei tanto tempo sem sequer pensar nele e nesse dia aquele sorriso que ele me lançou de dentro do carro ficou gravado na minha memória e não me largou durante todo o dia. Na verdade, não me largou nos dias seguintes...
Umas semanas mais tarde, ia eu a subir a minha rua, vinda de mais um dia passado na faculdade e vejo um Punto branco comercial fazer marcha atrás no meio de um cruzamento e lembro-me claramente de pensar "há pessoas mesmo chanfradas", e ao mesmo tempo que este pensamento cruzou a minha mente vejo a cara dele a sorrir para mim da janela do Punto... Chamou-me e fui ter com ele, não sei porquê, mas fui ter com ele, perguntou por mim, disse-lhe que estava tudo bem que estava na faculdade, perguntou-me se tinha telemóvel e quando lhe respondi que sim, pediu-me o número e não sei muito bem porquê dei-lho, e conforme me afastei dele ia com a certeza que nunca mais o ia ver... Entretanto passaram-se 11 anos e não só o tornei a ver como neste momento temos uma filha com 2 anos e meio e outro(a) a caminho...
A vida dá mesmo muitas voltas e se há 19 anos atrás me tivessem dito que me iria ter 2 filhos do D eu tinha-me atirado para o chão a rir...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Serei uma pessoa horrível?...

E agora, assim de repente quando me habituava à ideia de ser mãe de uma menina muito irrequieta de 2 anos e meio, das fraldas serem quase uma coisa do passado e dos horários já serem os mesmos que os meus (sesta incluida), descubro que estou grávida outra vez...
Posso confessar que estou com medo? Não estava nos planos e não sei o que pensar. Não quero este bebé e ao mesmo tempo sei que se alguma coisa correr mal me vou sentir miserável, assim como tenho a certeza que a primeira vez que lhe ouvir o bater do coração me vou derreter e sentir emocionada e feliz, assim como tenho a certeza de que quando nascer esta criança vai ser dona do meu coração, tal como a irmã e eu vou apaixonar-me incondicionalmente por ela...
Amei a minha primeira gravidez, tudo correu bem, nunca enjoei, nunca fiquei doente (safei-me das mui frequentes infecções urinárias), não me incharam as pernas e principalmente foi tudo planeado e a minha filha era um bebé muito desejado.
Desta vez as coisas não estão a correr assim tão bem, os enjoos são mais que muitos ainda não tenho 3 meses de gravidez e os meus pés parecem uns trambolhos ao fim do dia, tenho crises de hipotensão que me deixam quase sem sentidos... E não consigo afastar da minha cabeça que todo este mal estar tem alguma coisa a ver com o meu estado de espirito...
O meu marido está radiante com a ideia de ser pai outra vez, mas eu só tenho até Abril para mudar o estado de espírito...
Vamos ver se alguma coisa muda com a próxima ecografia...